quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Lugar da Criação destaca Persivaldo Figueirôa

Artista plástico abre as postas da residência/ateliê para equipe da TV Educativa
por Assessoria

Assessoria
O Lugar da Criação destaca Persivaldo Figueirôa
Radicado em Maceió há quase trinta anos, o artista plástico pernambucano Persivaldo Figueirôa será o destaque do programa O Lugar da Criação, exibido pela TV Educativa de Alagoas (TVE), que vai ao ar nesta segunda-feira (12), às 20h30 - com reprise às quintas-feiras, às 19h30, e aos sábados, às 12h30. O programa tem produção, captação e edição do Jornalista Roberto Amorim.
Tendo como principal marca o gosto em retratar a religiosidade nordestina, a paixão pelas cores primárias e a distorção de figuras, Persivaldo abre as portas da sua residência/ateliê para a equipe do programa e fala um pouco da sua trajetória, influências e elementos que compõem suas criações. A obra do artista será comentada pelo professor e também artista plástico Edmilson Salles.
Figueirôa retrata em suas obras a paixão pelas feiras populares e de artesanato, os parques de diversão e o teatro de fantoches, vivenciados na infância e que ainda continuam a nortear suas lembranças e a inspirar suas obras. Também é possível reconhecer em seu trabalho multicolorido influências do folclore alagoano e o gosto por sereias, peixes e, sobretudo, pelo mar, tendo estilo figurativo, com grande influência abstrata. “Através de minha pintura procuro retratar os costumes e tradições do povo nordestino, valorizando a cultura e a religiosidade, enfatizando o colorido e a alegria da região dentro de uma proposta contemporânea”, enfatiza o artista.
O trabalho de Persivaldo está exposto em cartões telefônicos da Telemar, Catálogo Arte Popular de Alagoas e cadastro arte maior de Alagoas. Também participou de diversas exposições coletivas e individuais. Em março de 2003 expôs na Bélgica, cidade de Hasselt. E é curador, junto com o professor Fernando Lôbo, da exposição itinerante “Rádio Difusora: 60 anos de pioneirismo e inovação”, que faz parte das comemorações dos 60 anos da emissora.
Também foi selecionado e premiado diversas vezes no salão TRT de Pintores Alagoanos (1998, 2000, 2001 e 2003), conquistando a medalha de prata no I Salão Jorge de Lima de Artes Visuais-Sest/Senat-2000. Confeccionou o painel "O baile de máscaras", do Ballet Eliana Cavalcanti, em 2000. Produziu, em 2006, o cenário do show da artista Nara Cordeiro para o projeto Teatro Deodoro É o Maior Barato. E, em 2008, o cenário do I Festival de Música do IZP.
O artista diz ter a necessidade de tridimensionar seu trabalho. Para isso, desenvolve trabalhos em parceria com alguns arquitetos alagoanos e tem feito esculturas em grandes dimensões na técnica da papietagem, com formas mais abstratas. Em seu mais recente trabalho, coordenou a pintura dos 284 metros do muro branco da empresa Algás, no bairro Gruta de Lourdes, junto com 21 crianças e adolescentes do projeto “Sua Majestade, o Circo”.
FONTE: http://cadaminuto.com.br/noticia/2010/04/09/o-lugar-da-criacao-destaca-persivaldo-figueiroa

sábado, 10 de setembro de 2011

Entrevista com Persivaldo Figueirôa - Um filho de Vertentes




Persivaldo Figueirôa alia talento e tino comercial

Artista com o pé no chão e olhar na arquitetura Persivaldo Figuerôa defende que os arquitetos de ambientes podem ser grandes aliados dos artistas locais. 
De uns tempos para cá, é impossível negar que o ramo da arquitetura de ambientes em Maceió mexeu profundamente com o formato tradicional de compra e venda de quadros e esculturas de artistas locais.
Hoje, os arquitetos se transformaram na ponte sólida entre o talento dos pintores e o dinheiro d a classe média alta alagoana, que dá passe livre a esses profissionais para decidirem o quê, quando e a quem comprar.
Nessa nova ordem do frágil mercado local de arte, algumas assinaturas se destacam pelo talento criador e a competência de saber lhe dar com as mudanças. Um ótimo exemplo é o do pintor Persivaldo Figuerôa. Nos últimos anos, ele se tornou um dos queridinhos da nova safra de arquitetos da cidade, como Lúcio Moura, Cláudia Maia Nobre, Daniel Lima e Roberta Lira.
Artista com o pé no chão e de olho em novos negócios, suas enormes criações figuram nas principais mostras de arquitetura e estão nas vitrines das lojas especializadas. “Rompi com o discurso tradicional de rejeição e percebi que os arquitetos podem ser grandes aliados dos artistas. Eles nos abrem portas antes inacessíveis”, diz Persivaldo.
Ele também recusa as teorias de interferência na criação e na transformação da obra de arte em objeto simplesmente decorativo. “Existem conversas com o arquiteto e o comprador. Eles fornecem algumas referências do que querem, o resto é por minha conta. Não existe nenhum tipo de imposição”.
Visibilidade e importância
Para Persivaldo, a figura emblemática do artista recluso está em extinção do mundo contemporâneo. As novas gerações não abrem mão da difícil carreira, mas precisam expor seus trabalhos para vender, ganhar dinheiro e pagar as contas.
“Nesse contexto, os arquitetos dão visibilidade necessária para atrair pes soas que têm dinheiro para pagar dignamente e não sabiam como fazer. Outra vantagem é que a obra vai parar num ambiente que foi projetado para recebê-la, e não pendurada em qualquer parede e de qualquer jeito”.
Seguro nas suas afirmações, Persivaldo continua firme com o mesmo apuro técnico e maturidade criativa para enveredar por novos caminhos, como as grandes esculturas em papel machê e outros materiais. Ele segue na construção de um universo descrito em cores fortes e povoado de figuras descomprometidas com a nitidez das formas.

“Meu impulso criativo não vai mudar de acordo com a vontade dos compradores. O artista imprime sua ma rca pessoal em todas as obras, não é possível interferir disso. E é justamente isso que o diferencia e agrada o público”.